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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Relações genéticas entre o infarto e as gengivas.


Gingivitis, uma doença que pode provocar um infarto

Um grupo de investigadores da Universidade de Kiel, na Alemanha, descobriu um vínculo genético entre a gengivite (inflamação das gengivas) e os ataques ao coração. Conhecia-se já uma relação entre ambos, mas desconhecia-se o fundamento da mesma. Os factores de risco (tabagismo, diabetes e obesidade) eram também conhecidos e semelhantes.

Esta investigação evidenciou também as semelhanças entre as bactérias que se encontram nas cavidades orais infectadas e as das placas coronárias, e que ambas as doenças se caracterizam por um desequilíbrio na reacção do sistema imunitário e por uma inflamação crónica.

Segundo os investigadores, pode ser que as bactérias que participam na doença das gengivas desencadeiem uma resposta inflamatória ligeira generalizada em todo o corpo, impulsionado mudanças nas principais artérias que dão azo a acidentes vasculares cerebrais (AVC) e a ataques cardíacos. Outra possibilidade que consideram é que as bactérias alterem directamente a maneira em que os vasos sanguíneos se dilatam, visto que algumas destas bactérias podem entrar na corrente sanguínea.

Ainda, estes investigadores encontraram também uma variação genética comum a doentes de doenças periodontais (gengivas, alvéolos dentários e dentes) e a doentes com infartes.

Na sua intervenção na conferência anual da Sociedade Europeia de Genética Humana na Viena, o líder do estudo, Dr. Arne Schaefer, disse que a sua equipa descobriu o gene que determina as condições de surgimento destas doenças no cromossoma 9. Já antes se tinha associado com ataques de coração, mas neste último estudo encontrou-se a mesma variação genética neste gene tanto num grupo de 1.097 pacientes com cardiopatias coronárias como em 151 doentes com as mais agressivas formas de periodontite (gengivite ou outras doenças dos dentes e zonas à volta).

Para confirmar estes dados, analisaram este gene num novo grupo de 1.100 doentes com doenças coronárias e 180 com periodontite, obtendo os mesmos resultados.

Já é sabido qual é a proteína codificada por este gene, mas mesmo assim ainda não se conseguiu determinar a ligação entre esta proteína e o aparecimento das doenças, ou a sua relação com os factores de risco.

Agora que sabemos que existe uma forte ligação genética, os doentes com periodontitis deveriam tratar de reduzir os seus factores de risco e tomar medidas preventivas desde as etapas iniciais, disse o Dr. Schaefer, Esperamos que as nossas conclusões facilitem o diagnóstico mais cedo, e que no futuro um maior conhecimento da fisiopatologia possa contribuir para desenvolver uma terapia eficaz antes de que a doença se estabeleça. Entretanto, devido à sua associação com as doenças do coração, pensamos que a periodontitis deve ser levada muito a sério pelos dentistas, e diagnosticada e tratada tão cedo quanto possível, acrescentou.









Fonte: http://cienciaascores.blogspot.com/2009_05_01_archive.html

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